Um Inter que não está no retrato: um rock enredo do Clube do Povo.

015979173-dp00

DESDE o surgimento do Movimento O Povo do Clube, devido a sua intrínseca conexão com a arquibancada, buscamos valorizar essa cultura, o que inclui os cânticos de incentivo e exaltação ao Internacional.
A cada eleição ao Conselho Deliberativo do Inter, tem sido criado uma espécie de Jingle falando da trajetória, das bandeiras e das alianças do Povo do Clube com torcedoras e torcedores mais humildes, assim como com aquelas/es que nunca abandonam o Clube!
Na verdade, o Jingle acaba sempre parecendo mais uma canção, pois é composto de forma elaborada, com gravação em parceria com o TungStudio, contando com artistas do movimento e apoiadores convidados que são responsáveis pela Letra, Harmonia, Melodia e pelo Ritmo que surge. Além de gravar os instrumentos, também participam cantando, seja nas vozes principais, ou nas de apoio e coro.
Esse processo se renova para a próxima eleição do dia 8 de dezembro. Uma nova canção surgiu de uma oficina realizada com integrantes do movimento. Uma realização coletiva que foi se ampliando ainda nos dias subsequentes, com sugestões que foram sendo agregadas à letra. A melodia e o ritmo foram na direção do rock, com características do nosso som local.
A canção, que promete ser executada a plenos pulmões no pátio do Beira-Rio e no Gigantinho pela grande massa que luta contra a elitização do futebol e pela identidade popular do Inter, em ocasião das próximas eleições, demonstra um diálogo muito interessante com uma obra de arte apresentada pela Escola de Samba carioca Estação Primeira de Mangueira. Convém lembrar que o papel da arte em si  até pode não ter como foco principal exercer qualquer tipo de yttdasç´kresistência, mas é através dela que, muitas vezes, se pode chegar a conversar com mais pessoas. E é nesse sentido que, em 2019, a Mangueira vai contar uma “história que a História não conta”. O samba-enredo “Música para Ninar Gente Grande” não quer discutir os “heróis” que estão nos quadros, que viraram nomes de ruas e de pontes. Segundo o compositor Deivid Domênico, a canção quer cantar a história dos verdadeiros responsáveis pela construção desse país; os heróis e heroínas de luta, os heróis e heroínas dos morros. Entre esses heróis, estão Marielle Franco, Dandara, Chico da Matilde, Leci Brandão e tantas outras figuras de histórica importância por sua luta em favor da população oprimida do Brasil.
Trazer um pouco de arte para dentro da política clubística sempre foi uma característica do Povo do Clube, bem como apoiar a inclusão e combater todo e qualquer tipo de preconceito. Pensando nisso, ganham destaque no jingle/canção, personagens de nossa torcida que marcam ou que marcaram sua época trazendo uma alegria simples e  o resgate da identidade popular do Sport Club Internacional, como o Glauco dos MA.CA.CO, o qual nos deixou precocemente no ano passado.
Assim, o Povo do Clube, ao compor o seu “rock enredo”, também traz à tona um Inter que não está no retrato, tais quais os retratos emoldurados dos Presidentes no Salão Nobre do Conselho Deliberativo, mas sim um Inter do Povo, das arquibancadas, sem retratos, sem quadros nas paredes do Beira-Rio, nem nomes famosos, mas que, no entanto, fazem parte da história popular do clube do povo e tem o reconhecimento de sua torcida.
Sérgio Macaco ostenta sua segunda pele com orgulho e quem quiser vê-lo feliz é só chegar na bandeira depois de um jogo em que ganhamos; pois se o resultado não foi bom, ele estará, além de muito triste, também chorando pelo seu time. Zecão da Coreia nos deixou há pouco tempo, era uma figura ímpar que não perdia um jogo e atucanava nas rádios em época que só havia a ligação e não as facilidades de whatsapp e de facebook.
Vó Noêmia são apenas mais de 80 anos de história colorada, presente e atuante!!! Xuxu, que dizia ser o torcedor que mais viajou com o Inter, e Charuto, o “cororado” dos Eucaliptos, aparecem por isso em nossa canção. Assim como Vicente Rao que é simplesmente o inventor da festa da torcida no estádio – carnaval e futebol, por isso, ganham uma ligação ainda mais forte. E o que dizer do Nego beleza, não há um jogo em que não se olvide de histórias da “minha coreia” como tem o costume de falar. Muitos outros caberiam nessa melodia: Careca, Buiu, Marcelo Kripka, Tinga. Cada um de nós tem o seu ídolo da arquibancada. Gente que efetivamente fez o Colorado!
Este é o nosso Inter, o Inter da Coreia e das cadeiras numeradas. Dos camarotes e das arquibancadas, o Inter de negros e de brancos, de pobres e de ricos, o Inter dos torcedores e das torcedoras que querem torcer de pé e sentados, o Inter de todas as mulheres e de todos os gêneros.
Espera-se que mais instituições de quaisquer segmentos, sejam movimentos, escolas de samba ou outras, juntem-se ao O Povo do Clube e à Mangueira para valorizar uma cultura que não ganha fama mas que apresenta os heróis e as heroínas que realmente deveriam ser lembrados e lembradas.
Ahh!!! Mas se você não reconheceu ou não conhece nenhum ou alguns desses personagens, não se preocupe, é normal, pois apesar de eles serem o que há de mais puro, de mais verdadeiro e de mais povo na história do colorado, eles são exatamente o Inter que não está no retrato.

Rodrigo Maciel Jacintho – candidato a uma vaga no Conselho Deliberativo pela Chapa 4 – O Povo do Clube.

Letra do Jingle

Seis anos de luta e conquistas

batendo de frente, mostrando valor

somos o Povo que não abandona

Buscando justiça, vermelha é a cor do nosso tambor

 

Somos a arquibancada do Clube do Povo

lutando de novo por paz e inclusão

levando a bandeira da festa e alegria

Força feminina, a História ensina que o Inter é do Povão

 

Dale dale dale dale Chapa 4

Dale dale dale daledadale Ô

O nosso trabalho é pro sócio

É da Torcida o nosso mandato

o Povo do Clube é Chapa 4

 

Ontem, hoje e sempre ser independente sendoresistência

Uma Nação Popular, que ama o Inter

Noêmia, Xuxu e Charuto do Time de Rao

o Time de Glauco, Zecão da Coreia, do Sérgio Macaco, do Nêgo Beleza

do Beira Rio, do Areal

 

Dale dale dale dale Chapa 4

Dale dale dale daledadale Ô

O nosso trabalho é pro sócio

É do Torcedor o nosso mandato

o Povo do Clube é Chapa 4

Deixe um comentário